segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O signo do Salvador

Apesar de saber que Jesus jamais poderia ter nascido em 25 de dezembro – pois ninguém poderia comparecer à Belém para o censo debaixo de neve – o signo de Jesus é arbitrado como sendo Capricórnio mesmo. Resolvi viajar um pouco mais neste assunto.

O senso de dever acima de tudo, a obediência ao pai e a posição de Mestre que trata seus discípulos como iguais deu ao signo de Capricórnio este belo arquétipo do Salvador. A própria figura de Jesus serve mesmo como um arquétipo de busca e de autoridade que se sobrepõe ao poder. Capricórnio é o signo de quem sabe como fazer o que é certo, mas nem sempre é o signo de quem tem o poder de fato para concretizar suas idéias. Capricórnio geralmente é subjugado pelo poder. Escorpião, signo do poder de fato, está na casa onze, a casa da comunidade. A História nos conta que, no caso de Jesus, o poder foi representado pela massa. Pôncio Pilatos, o poder instituído, lavou as mãos. Foi o povo que gritou “crucifica-o”.

Apesar de ter causado uma tremenda revolução, Jesus nunca quis mudar a Lei, mas voltar às origens da Lei. Foi essa questão que nos deixou claro que Jesus não teve nada de Aquário neste sentido. Jesus foi o que simplificou a Lei ao máximo dizendo que todos os mandamentos poderiam ser resumidos em sua estrutura: o amor. “Ama a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.” Nada disso era novidade – tudo isso já estava escrito. Foram a burocracia, a hierarquia, o amor pelo poder que começaram a desvirtuar o objetivo da religião. Jesus só veio lembrar como a Lei sempre foi.

Por isso Capricórnio sofre tanto. É inevitável que as pessoas tentem transgredir as leis que já estão feitas e mudá-las ao sabor das circunstâncias e de seus próprios interesses. Capricórnio sempre vai lembrar que, apesar de dura, a Lei é a Lei. Isso incomoda muito mais do que podemos imaginar. Basta ver o exemplo de Jesus.

Casa um (ego, individualidade): Capricórnio. Por vir depois de Sagitário, que sonha e idealiza, Capricórnio é o signo que realiza. Ele é aquele que diz o que é e o que não é possível fazer. No caso de Jesus, ele demonstrou como a fé pode curar, multiplicar pães e peixes. Enquanto existe um sonho de Deus, Jesus chegou no mundo e mostrou que o sonho é possível. Para a desgraça dos religiosos da época, Jesus mostrou que seguir os religiosos com poder instituído era mais difícil do que andar sobre as águas. Eles inventavam regras que eles mesmos não eram capazes de seguir.

Casa dois (os recursos e talentos naturais): Aquário. Agora sim, estamos falando de uma revolução. A revolução que Capricórnio promove é trazendo as leis como elas deveriam ser e procurando sempre ver a estrutura por trás de todas as exceções. Como Aquário rege grupos de amigos, não somente um ou dois, Jesus tinha nada menos do que doze companheiros e mais alguns inúmeros seguidores informais. Ele não tinha nenhum favorito entre eles (não importa o que você leu em “O Código DaVinci”). Aquário é sobre mostrar que todos os homens são igualmente importantes. Além do mais, seus recursos eram incomuns. Não tinha casa e só tinha um manto. Este único manto, porém, era tão bom que ninguém quis rasgá-lo quando Jesus foi crucificado.

Casa três (a comunicação e aprendizado): Peixes. O próprio símbolo do cristianismo. O signo de Peixes também é considerado como um possível signo para designar Jesus, mas ele designa muito melhor a maneira como Jesus falava. Falar por parábolas, por pequenas histórias, de maneira artística era muito eficiente. O objetivo final desta maneira de falar era tornar o conhecimento e a compreensão acessível a todos que o ouvissem. A parte interessante das parábolas é que seu significado pode permanecer oculto mas elas não são esquecidas. Uma pessoa pode ler uma parábola ainda criança e só vai compreendê-la na idade adulta. Capricornianos nem sempre são tão felizes em suas comunicações e aprendizados. Muitas vezes seu discurso pode parecer ilógico. Seus objetivos são grandes demais para serem aprisionados por palavras. Muitos capricornianos são excelentes artistas porque a forma abstrata é a forma mais segura de passar sua mensagem tão séria.

Casa quatro (a infância, família e sua personalidade na intimidade): Áries. “No princípio era o verbo, e o verbo se fez carne e habitou entre nós.” Isso é muito Áries na quatro. A origem de Jesus é uma ação, uma decisão de trazer a humanidade para mais perto de seu Criador. Ele já veio ao mundo com uma missão. Sua missão existia antes mesmo de ele nascer. Muitos capricornianos passam por isso. Seus pais já têm grandes expectativas para ele quando o pobrezinho ainda nem tem dentes. O peso desta responsabilidade, desta missão é que faz com que o pequeno capricorniano cresça tão exigente consigo mesmo. A vontade de seus pais é sempre mais forte que ele mesmo.

Casa cinco (os filhos e formas de expressão): Touro. A casa cinco indica sua arte, sua maneira de se expressar. Qualquer capricorniano se expressa com segurança. Sua arte é a autoridade nos assuntos que resolve discutir. A casa cinco pode muito bem ser simbolizar uma boa conversa, daquelas em que as melhores idéias podem surgir entre bons amigos. Capricórnio é sempre o sujeito que fala algo decisivo, que tem a melhor noção de como as coisas são. Jesus era procurado por muitas pessoas somente para conversar. Sua conversa trazia segurança. De outro ponto de vista, Capricórnio precisa ter uma atividade qualquer para usar suas mãos e deixar sua mente livre para seus projetos. Jesus, por exemplo, era carpinteiro.

Casa seis (trabalho, limpeza e rotina): Gêmeos. Não há dúvida que a “profissão” que Jesus escolheu foi espalhar a Palavra. Ele era um Mestre, e por isso comunicava-se o tempo todo. Gêmeos também é um signo ligado à cura (regido por Mercúrio). Aqui temos Gêmeos na casa seis, casa de Virgem – signo também regido por Mercúrio – que rege a saúde. Capricornianos podem ser excelentes enfermeiros ou médicos. Eles costumam mesmo ter um trabalho sacrificado e abrem mão de sua vida para ajudar a outros. Com Gêmeos na casa seis capricornianos podem ficar doentes quando “pensam demais” ou uma questão desafia seu intelecto. Jesus suou sangue quando ficou só com seus pensamentos antes de ser capturado.

Casa sete (relacionamentos, o que aprende com o outro e sombra): Câncer. A casa sete fala do que temos dificuldade em expressar. A questão da família é delicada quando de trata de Jesus. “Minha família são os que me seguem.” E Maria, sua mãe? Seu pai, José? Capricornianos também se sentem muito irritados quando sentem que as pessoas estão dependendo deles ou quando sente que precisa de alguém. A casa sete pode ser considerada como a casa que nos faz perder as estribeiras. Jesus xingou um bocado quando viu que haviam feito da “casa de seu Pai” um “covil de ladrões”.

Casa oito (crises, transformações e relações com o poder): Leão. Seu problema com as autoridades é que Jesus era chamado de Rei dos Judeus. Na verdade, colocaram uma placa de “Jesus Nazareno Rei dos Judeus” em sua cruz como uma chacota. A casa oito pode ser considerada a casa de muitos tipos de morte. No caso de Jesus foi mesmo sua majestade verdadeira que o levou à cruz – para ressuscitar depois. A casa oito é a casa do renascimento. Muitos capricornianos sofrem quando expressam seu verdadeiro brilho e arte (talento de Leão). Expressar seu ego pode trazer muitos problemas, por isso a maioria prefere manter-se contida. A maioria das crises é causada por inveja. Quanto mais Capricórnio tem poder, mais brilha. Por isso o poder (assunto de casa oito) é tão complicado para Capricórnio. Ele precisa entender demais dos seus assuntos pois nunca faltará quem queira testar seus conhecimentos e sua autoridade.

Casa nove (religiosidade, maneira como se torna um mestre, visão de mundo e de leis): Virgem. O centro de todo o ensinamento de Jesus era “servir”. Ele chegou a lavar os pés de seus discípulos. Virgem é o signo da humildade. Por outro lado, Jesus acabou com a noção de que religião é algo para ser praticado nos dias santos. A religiosidade deve ser vivida todos os dias e todas as horas. Sua filosofia (casa nove) deve ser praticada em seu dia-a-dia com suas atitudes da maneira mais simples e sincera possível. Capricornianos costumam praticar o que acreditam. É difícil que um capricorniano tenha uma filosofia e aja de maneira incoerente com suas crenças. A casa nove também rege as viagens. Desde que começou seu Ministério, as viagens (casa nove)foram rotina (Virgem) para Jesus. Capricornianos também são conhecidos por suas constantes viagens a trabalho, todas curtinhas e muito cansativas.

Casa dez (trabalho e paternidade): Libra. Este é o signo da harmonia, do equilíbrio e da justiça. Todo capricorniano vai colocar como maior objetivo de sua vida ser justo e imparcial. Quanto a Jesus, seu discurso era que não há ninguém que esteja além da salvação. O Reino dos Céus está lá para todos. Certamente a tarefa maior de Jesus era algo que tem muito a ver com Libra: promover a aproximação aos que estavam separados. Foi através de Jesus que Deus chegou mais perto de nós. Não é mais preciso um cerimonial nem sacrifícios para falar com nosso Criador.

Casa onze (como se relaciona com a sociedade e grupos de amigos): Escorpião. Onde quer que o signo de Escorpião esteja, ele fará mudanças. As pessoas que Jesus chamou nunca mais foram as mesmas. Alguns mudaram seus próprios nomes. Como foi mencionado no começo da matéria, Escorpião também traz crises e poder que pode massacrar. A casa onze é a casa das massas. “Crucificai-o!”. É muito comum que capricornianos se sintam “destruídos” pelo que a sociedade fala ou pensa dele. Sua reputação é tudo.

Casa doze (por trás da personalidade, o que é difícil de fazer): Sagitário. Ficava difícil para Jesus explicar que, por trás de sua aparência comum estava o Messias, filho de Deus. Ele sofreu muito por ser exatamente tão mais do que aparentava. Capricórnio raramente percebe como pode ser exagerado, como seus planos grandiosos podem sair de seu controle e ganhar proporções gigantescas. Jesus contava com isso por conta de uma profecia. Por trás de sua personalidade estava um plano divino, a salvação do mundo inteiro – todas as gerações que viriam – enquanto ele tinha a aparência e a saúde e força física de um simples homem.

Esta é mais uma tentativa de “humanizar” para compreender. A Astrologia também tem essa função de simplificar um pouco demais para ajudar a compreensão. Trata-se apenas de observar uma pequena porção de algo maior na tentativa de entender o todo. Espero não ter ofendido, nem envaidecido ninguém mais do que o necessário. Delirar, às vezes, é preciso. Caso tenha ofendido alguém eu peço desculpas e “Paz na Terra” a quem tem a divina “Boa Vontade.”

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